EDIÇÃO 14 » MISCELÂNEA

Fique Esperto


Gavin Griffin

Reagindo Diante de um Jogador Agressivo

Oi, Gavin:
Eu sei que, em torneios, jogadores agressivos gostam de acelerar o passo na bolha do dinheiro e da mesa final. Se o jogador agressivo da mesa por acaso for um profissional experiente, é muito difícil para mim acumular fichas, especialmente se ele/ela tiver vantagem de posição. Muito embora o poker seja situacional, existe alguma estratégia fundamental que você utiliza para lutar contra um jogador agressivo sem arriscar muitas fichas, ou você simplesmente prefere sair do caminho? Muito obrigado.
— Phil

Oi, Phil:
Bem, esse é um assunto que foi discutido em alguns livros, um dos principais é Kill Phil, de Lee Nelson e Blair Rodman. Quando um bom jogador está empurrando na hora da bolha, há algumas coisas que você pode fazer. A melhor maneira de reagir a tal estilo é contra-atacar e não ter medo de jogar grandes potes nesse momento. Se isso for de encontro a seu estilo, você provavelmente deve sair do caminho e torcer para entrar na zona de premiação antes de colocar muitas fichas no pote. O vilão nessas situações quase sempre continuará a forçar mesmo depois disso. Acumular fichas é uma estratégia bastante eficiente, especialmente na WSOP, onde o misticismo de ganhar prêmio em um evento da Serie Mundial aumenta o fator bolha.  Você precisa estar ciente do que seu oponente está tentando conseguir ao lhe intimidar, e precisa implementar um contra-ataque. Em outras palavras, precisa escolher uma mão, ir em frente com ela e não ter medo de perder tudo na bolha. Boa sorte.



Jogando no Small Blind

Gavin:
Eu sou um jogador de torneios relativamente novo e aprendi muito com minha assinatura da CardPlayer. Sua coluna em formato de perguntas e respostas é excelente e muito útil. Você e Ed Miller têm um estilo de escrita conciso, educado e de fácil compreensão, e usam isso para compartilhar sua experiência.
Há uma situação que ocorre com certa freqüência, especialmente nos estágios iniciais e intermediários de torneios multitable e sit-and-go´s, sobre a qual eu não recordo ter visto muita coisa escrita. Você está no small blind com um limper. As pot odds para o call, supondo que o big blind não aumente, são de 5-1. É aconselhável jogar com quase quaisquer cartas nessa situação, presumindo que não haja tendências ou tamanhos de estoques anormais no big blind? Como você lida com essa situação? Muito cedo em sit-and-go´s com pequenos estoques iniciais, você precisa ser um pouco cauteloso para não “pingar” seu estoque até o fim. Se possível, por favor comente essa situação em estágios finais de um evento também.
— John Arledge

Oi, John:
Fico feliz que você goste de minha coluna. É importante nesse tipo de formato que eu receba boas perguntas para responder, então continue a mandar boas perguntas que eu continuarei tentando dar boas respostas! A situação que você descreveu é complicada. É possível nos colocarmos em situações péssimas quando damos call do small blind por causa do bom preço que paga. Existem alguns fatores envolvidos na tomada de decisão de jogar ou não. Primeiro, o big blind é um jogador agressivo? Se for, provavelmente é melhor descartar muito mais mãos do que se ele fosse passivo. É horrível entrar de limp aqui apenas para sofrer um aumento e ter gastado algumas fichas que poderiam ter sido utilizadas de outra maneira. Fichas que você economiza geralmente são tão importantes quanto aquelas que você ganha, então tome cuidado com um big blind agressivo. Segundo, quão bem você joga depois do flop? Você consegue sair de uma mão se a situação pedir? Você consegue o valor máximo se o flop lhe der uma grande mão? Isso é de extrema importância. Se não achar que pode jogar com suas piores mãos de maneira lucrativa, provavelmente é melhor descartá-las. Enfim, se você tem respostas positivas às duas primeiras questões, a terceira é chave. Quão bem sua mão se dá em um multi-pote? Quando você tem odds de 5-1 e as duas primeiras condições que delineei foram preenchidas, é provável que seja correto jogar a grande maioria de suas mãos, incluindo quase quaisquer duas cartas de mesmo naipe, J-7+, Q-7+, K-5+, qualquer ás, qualquer par, todas as cartas conexas de naipes distintos, a maioria daquelas com um gap e algumas com dois gaps. Essa é uma gama bastante variada de mãos, então você deve ter plena certeza de que não vai sofrer reraises com freqüência e de que será capaz de dar o melhor de si quando tiver a melhor mão e perder o mínimo possível quando tiver a segunda melhor. Boa sorte, John.



Jogo Durante Estágios Finais de Torneios

Gavin:
Eu gostaria de saber sua opinião a respeito do jogo durante os estágios finais de torneios. Ultimamente, eu pareço estar me dando muito bem — jogando a posição, fazendo bons pagamentos e juntando mais fichas do que a média constantemente. Contudo, à medida que me aproximo do dinheiro ou entro na zona de premiação, mas não muito adiante, pareço me recusar a acreditar nos jogadores (que eu supero em número de fichas) que voltam reraises. O resultado tem sido óbvio — ir de uma confortável posição em fichas para um pequeno estoque, em razão de más decisões tomadas. Eu tenho dito a mim mesmo que não estou jogando para ficar no 36º lugar, então preciso correr riscos, mas os resultados disso têm sido péssimos. Parecem jogadas idiotas da minha parte, mas eu juro que não os coloco em mãos fortes e faço leituras de que eles estão tentando roubar meu raise padrão pré-flop ou meus blinds. Então, eis minha pergunta: qual é seu estado mental durante os últimos estágios de um torneio, que lhe ajuda a evitar tomar decisões ruins que parecem ser tão facilmente evitáveis (apenas descartar e assim por diante). Depois de reler isso, tudo parece bastante estúpido, mas estou perguntando assim mesmo; obrigado desde já.
— Jamie Cohen

Oi, Jamie:
É durante os estágios finais dos torneios que você pode fazer estragos. É bom jogar bem e se dar bem no início, mas você ganha seu dinheiro tomando importantes decisões na reta final, quando todo o dinheiro está em jogo. Você faz uma afirmação poderosa quando diz que não está jogando para acabar no 36º lugar, mas para ganhar, mas precisa usar esse raciocínio com discrição. Jogar para vencer não significa jogar como um maníaco e atirar todas as suas fichas em situações ruins. Jogar para vencer significa que sua “vida no torneio” não deve ser um fator que influencie suas decisões. Você não deve descartar uma mão que  normalmente jogaria apenas porque perder pode lhe tirar do torneio. Isso também significa que, se você possui muitas fichas, pode apostar um pouco mais com uma pequena percentagem de seu estoque, pois ganhar aquelas fichas e mostrar que está disposto a pagar apostas com mãos marginais é muito mais válido do que perder aquelas fichas por omissão. Sim, é preciso jogar para ganhar, mas não se deve ignorar a razão e as informações para tal. Boa sorte nos torneios futuros; espero que consiga compreender tudo logo.

Gavin Griffin é o mais novo membro do Team PokerStars. Visite seu website em www.gavingriffin.net




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